O BR na II Guerra
Em 1944 o Brasil entrou para combater ao lado dos aliados, depois de ter navios mercantes e de transporte de passageiros afundados por submarinos alemães e italianos. O Governo Vargas flertava com os regimes totalitários e tinha uma simpatia especial pelo regime fascista de Mussolini, porém abertamente mantinha a aparência de neutralidade. Getúlio governava o Brasil desde 1930, mas ainda faltava algo que desse uma unidade nacional ao povo que vivia uma ditadura disfarçada de democracia. Quando começou a Segunda Guerra Mundial, Vargas manteve relações comerciais com os dois lados beligerantes, pois o país dava os primeiros passos no caminho da industrialização e tanto a Alemanha quanto com os Estados Unidos eram parceiros comerciais.
A neutralidade no conflito também deixava o governo de Vargas numa posição confortável para barganhar seus interesses e o presidente viu ali uma boa oportunidade para executar seus projetos mais ambiciosos. Um deles era obter financiamento para modernizar e reequipar as Forças Armadas, consolidando assim o apoio militar a seu governo.
Em dezembro de 1941, com o ataque japonês a Pearl Harbor, o cenário mundial começou a delinear sua nova configuração. Por conta de acordos assinados entre os países do continente, que previam solidariedade caso um deles fosse atacado, o Brasil rompeu com o Eixo e manifestou apoio aos EUA. Desta forma, o governo cumpria os tratados assinados nas Conferências dos Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas Americanas, realizadas em Lima, (dezembro, 1938), no Panamá (outubro, 1939) e em Havana, (julho, 1940).
Como resposta, submarinos do Eixo afundaram navios mercantes brasileiros. Assim o governo começou os preparativos para enviar um contingente militar para combater com os aliados, uma idéia acertada depois de um encontro em Natal, que servia de base aérea Aliada. Nascia aí a Força Expedicionária Brasileira (FEB).
O objetivo era mandar 100 mil soldados, porém as condições do Exército não permitiam tamanho luxo, uma vez que era obsoleto e sem a qualificação necessária para entrar em uma guerra. Mesmo assim, 25 mil homens goram agrupados e enviados em cinco contingentes para a guerra na Europa.
O Brasil foi colocado para abrir caminho para o avanço aliado rumo ao norte da Itália e os soldados enfrentaram temperaturas abaixo de 0°C. Depois de avançar de agosto a outubro e de novembro a dezembro, os soldados tiveram que estacionar perto de Monte Castelo, no Vale dos Apeninos e só sairiam dali em fevereiro. Depois prosseguiram o avanço até alcançar as fronteiras francesas, já em maio, o mês da Vitória Aliada na Europa (Dia V).
Em 239 dias de ação, a FEB fez mais de 20 mil prisioneiros alemães, mas perdeu mais de 451 soldados mortos em combate e aproximadamente 1,6 mil feridos, acidentados e desaparecidos em combate.
No dia 8 de maio a guerra acabou na Europa. Os brasileiros foram voltando para casa aos poucos, em frações, assim como haviam chegado. A Segunda Guerra só terminaria de vez com o ataque nuclear americano à Nagasaki e Hiroshima, isso já mês de agosto de 1945.
Fontes
GOMES, Beto. Revista Grandes Guerras, edição 13, setembro de 2006, pg. 30-31
Habert, Nadine. A década de 70: Apogeu e crise da ditadura militar brasileira da editora Ática. Ática, 3ª Ed. São Paulo –SP, 1996. p.24
IBARRA, Luciana. Algo de novo no front: a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Dissertação apresentada como requisito para obtenção do grau de Mestre, pelo Programa de Pós-graduação em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2006).
CASTRO, Márcio Sampaio de. O Brasil na Segunda Guerra. Revista Grandes Guerras, edição 13, setembro de 2006, pg. 30-31
REVISTA GRANDES GUERRAS, GRANDES CONFLITOS. SÃO Paulo: Editora Escala , 2005, n°10, pág. 16.
SILVEIRA, Joel. Segunda Guerra Mundial: todos erraram, inclusive a FEB. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1989