75 anos da FEB: coronavírus isola brasileiros de comemorações na Itália

Símbolos da FEB e do V Exército dos EUA

A pandemia do novo coronavírus prejudicou de forma decisiva as comemorações dos 75 anos de vitórias da Força Expedicionária Brasileira – FEB na Itália.

Em contato com a embaixada brasileira em Roma, a secretária de cultura, imprensa e mídias sociais, Laura Paletta Crespo, informou que, infelizmente, por causa da pandemia a série de atividades que estava sendo organizada precisou ser remanejada. Ela revelou ainda que de todos os atos que estavam previstos, somente a restauração do Monumento Votivo de Pistóia foi concluída até o momento. Uma exposição que relembrará a passagem dos Pracinhas também está confirmada para os próximos meses.

“As iniciativas da Embaixada do Brasil em Roma visando a celebração dos 75 anos da participação da FEB na Segunda Guerra Mundial foram reorganizadas, em razão das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19. O Ministério das Relações Exteriores e, assim, a Embaixada em Roma, atribuem alta relevância ao tema, tendo organizado uma série de eventos para as celebrações. Apesar disso, as restrições impostas pelo governo italiano relativas a deslocamentos e aglomeração de pessoas acabaram comprometendo a comemoração. Não obstante, neste ano, a primeira fase da reforma do Monumento Votivo Militar Brasileiro (MVMB), situado em Pistoia, foi finalizada (veja aqui). Além disso, foi programada uma mostra sobre o assunto, a realizar-se ainda neste semestre”, explicou a secretária.

Restauração melhorou a aparência do Monumento de Pistóia (Foto da Assessoria)

No Brasil, até o fechamento desta reportagem, a Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército (DPHCEX) e a assessoria de comunicação do Exército não confirmaram como ficou a realização do IX Seminário Nacional sobre a Participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial (Senab – 2ª GM), que estava previsto para acontecer de 21 a 27 de setembro, em Roma e em Montese/MO. O evento fazia parte da série de comemorações. Assim que responderem, a informação será atualizada.

Senab estava previsto para abril

O Senab deveria ter acontecido em abril, porém, com a evolução da doença no Brasil e as contenções na Itália, foi adiado para setembro. Agora, não há confirmação se será realizado e como será realizado, podendo representar um segundo adiamento.

Comemorações na Itália foram adiadas e agora retomadas

A “Collona della Libertá”, evento que reúne reencenadores históricos que homenageiam os países envolvidos na II Guerra Mundial, deveria ter acontecido em abril e coincidiria com a chegada dos brasileiros no norte do país, em 1944. Porém, por conta docoronavírus, foi adiada para setembro e será realizada de 04 a 06, saindo de Bolonha, cruzando por Florença e chegando até Passo del Giogo, onde haverá uma encenação da batalha entre tropas aliadas e alemães, em 1944.

Em contato com a organização da Collona, eles lamentaram que este ano será a primeira vez na história sem a presença de delegações brasileiras. “Infelizmente, nenhum brasileiro estará presente na Collona della Libertá 2020. Acho que é o único ano sem nenhum brasileiro”, escreveu Simone Guidorzi, Diretor e Curador do Museu da Segunda Guerra Mundial do Rio Pó.

Brasileiros proibidos de desembarcar na Itália

Brasileiros não podem entrar no país, pelo menos por enquanto. (Foto StrettoWeb)

A ausência das delegações nacionais se dá porque, desde 09 de julho, os brasileiros estão proibidos de desembarcar em solo italiano. A medida se fez necessária em virtude de uma lista de países onde a doença está fora de controle e que foi elaborada pelo governo italiano. A intenção é manter a Itália longe de novos casos oriundos do exterior.

Segundo o Ministério da Saúde da Itália, o país registra 252.809 casos confirmados, com203.326 pacientes curados, 14.249 casos ativos e 35.234. As autoridades estão de olho em novos casos, por isso o país foi “fechado” para países com grande quantidade de casos, como o Brasil.

Conforme o consulado italiano, só estão podendo entrar no país “cidadãos italianos, cidadãos da UE, cidadãos de um país parte do Acordo de Schengen, cidadãos do Reino Unido, cidadãos de Andorra, cidadãos do Principado de Mônaco, cidadãos da República de São Marino ou cidadãos do Estado da Cidade do Vaticano e seus familiares próximos (ascendentes e descendentes que vivem juntos, cônjuge, parceiro de união civil, companheiro e/ou parceiro em relação estável), desde que sejam residentes na Itália desde antes de 9 de julho de 2020”. A medida vale até 07 de setembro de 2020, podendo ser prorrogada.

O Escritório de Turismo da Embaixada brasileira em Roma confirmou “que aos brasileiros ainda não é permitido o desembarque em solo italiano”. Não há previsão de reabertura.

Longe do fim

Governo brasileiro luta para conter avanço da Covid-19 (Foto: Conasems)

Enquanto fechávamos este conteúdo, o Brasil marcava 3.238.216 casos confirmados de corona, com 2.356.640 recuperados e 105.791 mortes por conta da doença, sendo o 9º país do mundo com mais mortos pelo vírus, na contagem proporcional/por milhão de habitantes.

“Chegar a 100 mil é um sinal da nossa incompetência. Certamente, poderíamos ter feito melhor”, diz Natália Pasternak, doutora em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Instituto Questão de Ciência, dedicado à divulgação científica. Ela deu a declaração para a BBC.

Já Ester Sabino, que esteve no grupo que fez o mapeamento genético do coronavírus no Brasil, opina que o número mostra que, como país, não estamos conseguindo conter o vírus. “Se nada mudar e continuarmos com mais de mil mortes por dia, o total de mortes vai chegar a 200 mil em no máximo cem dias”, completou, na mesma reportagem, a médica, que é professora da Faculdade de Medicina da USP.

A BBC trouxe nove erros do Brasil no enfrentamento do Coronavírus, boa parte deles atribuídos ao Governo Federal, que em primeiro momento minimizou os efeitos da doença. Segundo a publicação, estes foram os erros:Erro nº1: Não nos preparamos para essa pandemia; Erro nº 2: Não houve um plano nacional contra o coronavírus; Erro nº3: Bolsonaro minimizou a pandemia; Erro nº4: Não foram feitos testes em massa; Erro nº5: O isolamento social não foi suficiente; Erro nº 6: A propaganda da cloroquina fez muita gente se expor ao vírus; Erro nº7: Os hospitais de campanha viraram um ‘problema’; Erro nº8: Não conseguimos proteger os índios; Erro nº9: Não conseguimos proteger os mais pobres.

Veja aqui o texto completo da BBC. A reportagem lembrou o fato de que o presidente do país, Jair Bolsonaro e a esposa dele, Michele, tiveram a doença, porém, se recuperaram. Já a avó de Michele morreu de coronavírus.

Governo está focadonos bons resultados

Ministro na reunião da última quinta-feira. (Foto: Ministério da Saúde)

Por outro lado, o governo brasileiro tenta incentivar o otimismo dos cidadãos e foca no grande número de recuperados e nos investimentos que tem feito em “ações e serviços públicos de saúde, sendo R$ 47,3 bilhões voltados exclusivamente para combate ao coronavírus”.

“O Governo do Brasil mantém esforço contínuo para garantir o atendimento em saúde à população, em parceria com estados e municípios, desde o início da pandemia. O objetivo é cuidar da saúde de todos e salvar vidas, além de promover e prevenir a saúde da população. Dessa forma, a pasta tem repassado verbas extras e fortalecido a rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), com envio de recursos humanos (médicos e profissionais de saúde), insumos, medicamentos, ventiladores pulmonares, testes de diagnóstico, habilitações de leitos de UTI para casos graves e gravíssimos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) para os profissionais de saúde”, se posiciona o Ministério de Saúde.

Em reunião on-line realizada no dia 13 de agosto, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello falou sobre o acordo para adquirir 100 milhões da vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford. “Nosso país conta com importante capacidade produtiva e com o maior sistema público do mundo de imunização. O Brasil deve e vai contribuir para encontrar a cura para essa pandemia”, pontuou. Por fim, o ministro reafirmou o compromisso do Brasil com a luta contra o Coronavírus. “Apenas um sistema universal de saúde forte e inclusivo e a garantia de acesso equitativo a uma futura vacina para a covid-19 podem garantir que o mundo vença esta batalha”.

No Brasil, a redução também depende da população

Para que os casos reduzam, os brasileiros também precisam colaborar, respeitando as quarentenas e isolamentos sociais impostos, além de seguir rígidas regras de higiene individual. Algumas medidas de prevenção eficazes são:

Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel.

Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir.

Evite aglomerações se estiver doente.

Mantenha os ambientes bem ventilados.

Não compartilhe objetos pessoais.

Uso de máscaras em locais públicos.

Outras informações sobre a doença podem ser consultadas aqui.

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